terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Boston dá o primeiro grande passo para o turismo literário


Criação do Boston Literary District é iniciativa pioneira na criação de um “turismo literário”.

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Eis uma boa notícia para os viajantes e para os amantes da literatura: Boston, maior cidade do estado do Massachusetts nos Estados Unidos, abrigará um distrito literário. Agora o mochileiro poderá não só fazer passeios por pontos turísticos, porém ter um contato mais intenso com o universo literário. Além de ser conhecida como uma das três maiores forças universitárias do mundo (Harvard, por exemplo, está localizada na cidade de Cambridge, vizinha de Boston), a cidade da Nova Inglaterra também é conhecida por ter um grande número de escritores que nasceram ou que moraram na cidade.
Há três meses, foi criado o Distrito Literário de Boston, área de aproximadamente 9 km quadrados que abrangerá três áreas centrais da cidade: Back Bay, Beacon Hill e Downtown. Dentro do tour, além da belíssima biblioteca pública de Boston, o viajante literato poderá visitar, por exemplo, a casa de Henry David Thoreau, um dos maiores escritores estadunidenses do século XIX, ou ainda fotografar uma placa que marca o local aproximado do nascimento de, nada mais nada menos que, Edgar Allan Poe. Nathaniel Hawthorne, Sylvia Plath, Charles Dickens e Ralph Waldo Emerson também têm uma forte ligação com a cidade.
Boston é conhecida por ter inúmeras livrarias, algumas com estantes em um espaço ao ar livre – mesmo com a temperatura baixíssima que atinge a cidade na maior parte do ano, o espaço está sempre movimentado. A cidade abriga também, desde 2009, um festival literário, que reúne perto de trinta mil pessoas. Dá pra dizer, sem medo, que a cidade disputa com Nova Iorque e São Francisco o título de capital literária dos Estados Unidos.
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A iniciativa, comandada por Annita Walker, diretora do conselho cultural da cidade, vai, além de valorizar o patrimônio cultural de Boston, contribuir com a economia local. A ideia é realmente interessante. Imagine se as grandes cidades do mundo pusessem em prática um projeto parecido. Em Paris, no bairro de Montparnasse, poderíamos visitar o Closerie de Lilas, café onde Ernest Hemingway escreveu O Sol Também se Levanta, ou mesmo o ateliê de Gerturde Stein, frequentado por Scott Fitzgerald. Ou ainda fazer um tour pelo Beat Hotel, onde William Burroughs escreveu Almoço Nu e Allen Ginsberg escreveu vários de seus belos poemas. Também poderia haver um tour organizado para visitar o Café de Flore, lugar de encontro e reflexão de Jean Paul Sartre, Albert Camus, Simone de Beauvoir, André Gide, entre outros, ou ainda o Le Procope, local frequentado por Honoré de Balzac, Victor Hugo e Jean de la Fontaine.
No Brasil, país que investe muito pouco em turismo, poderia se organizar algo parecido – o Rio de Janeiro parece ser um prato cheio para algo nesse sentido. Não seria má ideia, visitar a casa de Machado de Assis na Rua dos Andradas – a do Cosme Velho já não existe mais, infelizmente. Outros estabelecimentos relacionados a escritores com forte ligação com a cidade, como Carlos Drummond de Andrade, Lima Barreto, João Ubaldo Ribeiro, Nelson Rodrigues etc. Se a moda pega, os mochileiros fãs de literatura terão destino certo para seguidas férias.
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