segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

10 Filmes adaptados de obras da literatura brasileira II

iteratura Brasileira: das páginas dos livros às telas dos cinemas.

Lisbela e
Filme Lisbela e o prisioneiro (2003), do diretor Guel Arraes

No ano passado, foi feita uma lista de dez filmes nacionais que foram adaptados de obras da nossa literatura brasileira. A lista fez sucesso e muitos de vocês, leitores, disseram que assistiriam aos filmes que ainda não conheciam. E é claro que há muito mais de dez filmes, o cinema nacional é rico em adaptações de textos literários brasileiros, por isso separamos mais dez filmes.
Vale ressaltar, novamente, o fato de que quando o assunto é “o livro virou filme” sempre vêm à tona algumas discussões acerca da fidelidade ao texto literário, mas é preciso que fique claro que, ao lermos uma obra, cada um a interpreta de uma maneira distinta, cada um tem suas perspectivas e sensações a respeito daquilo que lê. Além do mais, o tempo para a obra cinematográfica é um tanto reduzido, o que não permite reproduzir todos os detalhes de um texto. Uma obra literária não é fechada, cabe ao leitor interpretá-la de forma subjetiva. O sucesso do texto literário só é obtido quando o leitor adiciona a ele suas experiências de vida, seu conhecimento de mundo. A respeito do romance, disse o eterno escritor João Ubaldo Ribeiro: “Um romance são tantos romances quantos forem seus leitores”.
Bem, vamos à lista:

1. Outras estórias
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Outras estórias (1999), filme que foi dirigido por Pedro Bial (sim, o homem do BBB), é baseado nos contos do livro Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa.
O filme de Pedro Bial é uma corajosa empreitada ao universo de Guimarães Rosa. Em relação a este seu primeiro longa, o cineasta diz que decidiu pelo caminho mais difícil: “Não adaptar Rosa ao cinema, adaptar o cinema a Guimarães Rosa”. O título já é um reflexo disso. No entanto, manteve os diálogos originais. Ao manter o texto, demonstrou entendimento entre as noções de transposição de uma obra literária para o cinema. Não fez uma xerox mal feito do livro, mas colocou o livro em um outro habitat.

2. Um copo de cólera

O filme Um copo de coléra (1999) tem direção de Aluízio Abranches, é uma adaptação da obra homônima de Raduan Nassar.
Na opinião de muitos, este filme tem uma das cenas de sexo mais marcantes do cinema nacional.  Há imenso contraste entre o carnal e emocional no filme, ao mesmo tempo em que os personagens centrais brigam, há tórridas cenas de sexo. Mas, claro, o filme é muito mais do que isso, não seria menos, pois se trata de uma adaptação de uma obra de Nassar, um dos maiores escritores brasileiros.

3. O pagador de promessas
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Adaptado da obra homônima de Dias Gomes, que é uma peça teatral, o filme O pagador de promessas(1962) tem como diretor Anselmo Duarte.
Foi lançado durante o governo de Jango, momento de grande agitação política e social em nosso país, por isso inaugurou um novo momento do cinema brasileiro, um cinema preocupado com as questões sociais. É o único filme brasileiro a ganhar o prêmio Palma de Ouro, do Festival de Cannes, isso concorrendo com filmes como O anjo exterminador, de Buñuel, e L’Eclisse, de Antonioni.
Assista ao filme aqui.

4. Lisbela e o prisioneiro
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Um filme que quase todo mundo já assistiu é Lisbela e o prisioneiro (2003), do diretor Guel Arraes. No entanto, o que poucos sabem é que esse filme é uma adaptação da peça de teatro homônima do escritor Osman Lins.
Durante a facção do filme, houve um complicado problema: uma lata com negativos originais foi perdida no laboratório Mega Color, forçando que o diretor Guel Arraes rodasse novamente as cenas que ali estavam. Por fim, acabou sendo o sétimo filme mais visto em 2003 no Brasil, levou 3.146.461 pessoas aos cinemas.
Assista ao filme aqui.

5. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios
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Filme dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca, Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios (2011) foi adaptado do romance, também homônimo, de Marçal Aquino.
A personagem principal,  representada pela atriz Camila Pitanga, vive um triângulo amoroso e, no filme, há diversas cenas de nudez.  Sobre isso ela declarou que não se importou de ter tirado a roupa, embora sexo seja ainda um tabu em nossa sociedade, as cenas de sexo são baseadas na natureza do ser humano.
Assista ao filme aqui.

6. Dona Flor e seus dois maridos
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Não é novidade que o clássico filme Dona Flor e seus dois maridos (1976), dirigido por Bruno Barreto, veio do romance de Jorge Amado, que possui o mesmo título.
O diretor rodou o filme quando tinha apenas dezenove anos. E já em 1981 foi indicado ao Bafta Film Award de Melhor Estreante em Papel Principal (Sônia Braga); em 1979, foi indicado ao globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro; em 1977, conquistou o Kikito de Ouro de Direção, Trilha Sonora, O Prêmio Especial do Júri de Design de Produção e foi indicado ao Kikito de Ouro de Melhor Filme no Festival de Gramado.
Assista ao filme aqui.

7. O homem do ano
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O filme O homem do ano (2002), dirigido por José Henrique Fonseca, tem o roteiro baseado no romance O matador, de Patrícia Melo.
Curiosamente, o romance foi adaptado para o cinema pelo escritor Rubem Fonseca e, também, pela própria autora da obra. O filme recebeu cinco indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categorias Melhor atriz coadjuvante (Natália Lage), Melhor roteiro adaptado, Melhor figurino, Melhor maquiagem e Melhor fotografia; ganhou os prêmios de Melhor filme, Melhor diretor e Melhor ator (Murilo Benício) no Festival de Cinema Brasileiro de Miami; também ganhou os prêmios de Melhor filme e Melhor ator (Murilo Benício) no Festival de Cinema Latino-Americano de Washington.
Assista ao filme aqui.

8. A cartomante
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O filme A cartomante (2004), dirigido por Wagner de Assis e Pablo Uranga, é baseado no conto homônimo de Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura brasileira.
As filmagens duraram cerca de quatro semanas apenas. E parte da crítica diz que não há nada muito machadiano no filme, exceto a permanência dos nomes dos personagens no conto. Há, ainda, outro filme baseado no mesmo conto, este é de 1974 e tem direção de Marcos Faria.

9. Lição de amor
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Lição de amor (1975) é um filme dirigido por Eduardo Escorel, baseado no romance Amar, Verbo Intransitivo, do escritor Mário de Andrade.
O filme é um retrato crítico da sociedade decadente dos barões do café. E já em 1976, venceu as seguintes categorias no Festival de Gramado: Melhor atriz (Lilian Lemmertz), Melhor trilha sonora (Francis Hime) e Melhor diretor.
Assista ao filme aqui.

10. Meu tio matou um cara
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O filme Meu tio matou um cara (2004) é baseado no livro de contos homônimo de Jorge Furtado, também diretor da adaptação cinematográfica.

Recebeu quatro indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil nas seguintes categorias: Melhor Ator (Lázaro Ramos), Melhor roteiro original, Melhor edição e Melhor trilha sonora. No entanto, não ganhou em nenhuma categoria, o que é uma pena.
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